Banco Central mantém juros em 15%

Juros altos no Brasil: Selic permanece em 15% ao ano. Veja como essa medida afeta investimentos, consumo e o PIB.

Banco Central mantém juros em 15% ao ano e acende alerta para a economia

O Banco Central decidiu, nesta quarta-feira (17), manter a taxa Selic em 15% ao ano, o nível mais alto em quase duas décadas. A decisão, tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom), já era amplamente esperada pelo mercado financeiro.

Por que a Selic continua tão alta?

Segundo o Copom, dois fatores principais justificam a manutenção dos juros:

  • Inflação ainda acima da meta: apesar de sinais de desaceleração da economia, os preços seguem pressionados.

  • Cenário internacional incerto: especialmente por causa das políticas econômicas nos Estados Unidos e das tensões geopolíticas.

O comitê destacou que, no Brasil, a atividade econômica já dá sinais de moderação, mas o mercado de trabalho permanece aquecido, o que mantém o ambiente inflacionário.

Impactos do cenário externo

A incerteza global também pesou na decisão. O Copom citou que a política monetária dos EUA e os conflitos geopolíticos trazem instabilidade aos mercados financeiros, o que afeta países emergentes, como o Brasil. Nessas condições, a cautela se torna indispensável.

Expectativa do mercado

Analistas já projetavam que os juros ficariam inalterados por um período prolongado. A maioria aposta que a Selic deve permanecer em 15% pelo menos até o início de 2026.

Como a Selic afeta o dia a dia

A taxa básica de juros é a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação. Quando está elevada:

  • O crédito fica mais caro para famílias e empresas;

  • O consumo tende a diminuir;

  • A economia perde ritmo de crescimento.

Esse efeito já começa a aparecer. O Ministério da Fazenda reduziu sua previsão para o PIB de 2025, de 2,5% para 2,3%, justamente por causa do impacto prolongado da política monetária restritiva.

Como o Banco Central decide a taxa de juros?

O BC trabalha com um sistema de metas para a inflação. A meta para 2025 é de 3% ao ano, com tolerância entre 1,5% e 4,5%. Como as projeções seguem acima desse intervalo, não há espaço para cortes na Selic no curto prazo.

Além disso, fatores como câmbio instável, aumento do custo de energia e eventos climáticos extremos também pressionam os preços e complicam o trabalho da autoridade monetária.

O que esperar daqui pra frente?

O desafio do governo é equilibrar crescimento econômico com controle da inflação. De um lado, a taxa de juros alta ajuda a segurar os preços. Do outro, trava investimentos, crédito e consumo, reduzindo o ritmo da atividade.

Enquanto o cenário externo continuar instável e a inflação interna não mostrar queda consistente, o Banco Central deve manter a Selic em níveis elevados.